quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A dor da perda é uma dor de morte

O OUTRO LADO DA AFLIÇÃO
George Vandeman

Quando o doutor chegou, encontrou Irma num terrível estado de desespero, estava tremendamente agitada e ninguém conseguia acalmá-la. Ela correu para seu quarto, surda aos apelos da família, jogou-se em cima da cama e começou a xingar em voz alta. O doutor conseguiu dizer-lhe que tinha vindo para ajudá-la, mas Irma ficou em pé e gritou:
– Eu não preciso de médico, não estou doente. Tragam de volta a minha filha, a minha garotinha!
Irma acabara de entrar para o mundo escuro e desordenado da aflição e dentro desse mundo as pessoas se questionam constantemente se existe uma saída.
Ninguém quer ser um bom perdedor, especialmente quando a perda é um ente querido. Entretanto, perdas acontecem. Trágicos acidentes levam suas vítimas; o câncer e doenças cardíacas atacam inesperadamente.
No mundo agitado de hoje, repleto de isolamento e de famílias fragmentadas, é difícil encontrar apoio. Existem poucos ombros onde chorar. A perda de um ente querido geralmente provoca dezenas de emoções insuportáveis. A princípio, o choque adormece todos os sentimentos. Então a dor começa a atacar. Às vezes desabafamos com raiva, sem saber por quê. Os amigos acham difícil de se aproximar. O humor muda com extrema rapidez, deixando alguns pranteadores no isolamento. Um homem confessou:
– Existe uma espécie de cobertor invisível entre mim e o mundo.
A permanência solitária e confusa muitas vezes traz a depressão. Cuidar das tarefas mais simples torna-se um fardo cansativo. Alguns se sentem aprisionados por temores generalizados e uma vaga sensação de culpa, e então perguntam: "Por que sobrevivi?" E imaginam: "Sou eu, de alguma forma, responsável por esta terrível perda?"
Freqüentemente aqueles que passam por uma aflição pensam que Deus os abandonou. Eles saem em busca de conforto e só encontram portas aparentemente fechadas diante de si. Às vezes perguntam: "por que Deus parece tão ausente num momento de dificuldade?"
Parece, às vezes, que a coisa mais difícil de suportar é o "conforto" daqueles que chegam com boas intenções. Num funeral alguém pode dizer:
– Sabe, a morte é só uma porta. A morte, na verdade, não existe para o cristão.
Mas como ela existe naquele momento! Ela importa para você que acabou de perder a coisa mais querida em sua vida.
Outros talvez tentem confortá-lo dizendo:
– Seu filho está dormindo com Deus.
Mas você não quer seu filho com Deus, você o quer desesperadamente de volta.
Amigos chegam e o elogiam por suportar tão bem a perda. Eles dizem que tal coragem e fé são admiráveis. No entanto, seu exterior sólido, é apenas uma máscara. Você está dormente ou revoltado demais para chorar e quer gritar:
– Não! Eu não estou suportando bem essa dor!
Então os amigos chegam com os conselhos:
– Procure esquecer e você irá superar.
E o seu maior temor é vir a esquecer! Você está tentando lembrar de tudo o que puder. Porque no turbilhão emocional da dor, até as lembranças familiares confundem-se na cabeça.
Outros dizem para você se manter ocupado, não parar para pensar. Isso só piora as coisas, pois você já está se esforçando para realizar as tarefas mais simples. Mais trabalho só aumentará a sua desorientação.
Verdadeiros confortadores são raros. Às vezes, simplesmente preferimos chorar sozinhos. A infelicidade pode gostar de companhia, mas certamente não atrai nenhuma.
O primeiro passo para o pranto sem desespero é expressar nossos sentimentos. O choque poderá nos manter em silêncio nos primeiros dias após uma perda traumática, mas a dormência passa e as emoções começam a chegar. Precisamos de uma saída; encontrar alguém que ouça sem julgar, que entenda sem tentar dar uma porção de conselhos.
Fonte do texto
http://64.233.163.132/search?q=cache:4FrW0AYqt7IJ:www.4tons.com/7641.doc+LIDANDO+COM+EMO%C3%87%C3%95ES+AP%C3%93S+A+TRAGEDIA&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-a

Fonte da Foto


Reportagem e Entrevista com Profissional da Área

Fonte do video
http://www.youtube.com/watch?v=P8rZ4pC-Kj0

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