quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Desastres x Traumas

Nesta pesquisa entendo desastre como o “resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre uma população vulnerável, causando danos humanos, materiais e ambientais e conseqüentes prejuízos econômicos e sociais”. Emergência é conceituada como uma “situação crítica; acontecimento perigoso ou fortuito; incidente; caso de urgência” e urgência, como “atendimento rápido a uma ocorrência. Situação que exige providências inadiáveis. “Diz-se da situação de um paciente que exige cuidados imediatos, podendo não estar em situação de risco iminente de morte” (BRASIL, 2006, p. 8). Fundamental, neste trabalho, é compreender que entendo desastre como na classificação (ANEXO A) da Defesa Civil, onde acidentes de trânsito, por exemplo, são considerados desastres por “somação de efeitos parciais” (CASTRO, 1998). Segundo Pérez Sales (2001), em apenas uma década da criação do conceito de Transtorno de Estresse Pós-traumático, sua expansão tem ocorrido com tal intensidade, que estimulou a criação de mais de cinqüenta centros de investigação e tratamento especializados para essa doença nos Estados Unidos. Em 1970, apareceram apenas 20 trabalhos científicos sobre o trauma em suas diversas formas (guerra, abuso sexual, catástrofes naturais). Em 1990 foram 150 referências e, em 1999, se aproximaram de mil. A maioria desses trabalhos é de autores dos EUA, Austrália e Israel. E no Brasil? Será que a conseqüência “obrigatória” desse diagnóstico estimula a difusão de livros de auto-ajuda, a exploração profissional de centros e os programas específicos de tratamento? Isto pode fazer pensar no Transtorno de Estresse Pós-traumático como uma doença ligada à cultura, algo ratificado pela consciência popular que “já sabe” dos poderes do trauma oculto como gerador de quadros psiquiátricos? Se na relação saúde-doença isto já é complexo, pode-se supor que diante de uma emergência, maiores são as implicações epistemológicas, éticas e de escolha de procedimentos.

Fonte
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=726


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